Olá amados amigos e irmãos!
Que a graça e a paz do nosso Senhor e
Salvador Jesus Cristo seja uma doce realidade
em nossas vidas e na vida das pessoas que amamos.
Este mês, quero compartilhar, como sempre faço,
trechos de um livro que estou lendo,
cujo título é:
A Coragem de ser
para os outros, de
Rainerson Israel.
Diz assim então:
“Em Jeremias 2:13, o profeta se lembra dos
oráculos de Deus:
Porque meu povo
cometeu dois crimes:
Eles me abandonaram, a
Mim, fonte de água viva,
para cavar para si
cisternas, cisternas furadas,
que não podem conter
água.
Também o salmista não esconde sua percepção
sobre esse Deus doador:
O ribeiro de Deus é
cheio d’água, tu preparas o
seu trigal (Sl
65:9).
Jesus, em sua conversa com a mulher samaritana,
assumiu a identidade do Deus doador da vida.
Aquele que bebe desta
água terá sede novamente,
mas quem beber da água
que lhe darei,
nunca mais terá sede.
Pois a água que Eu lhe
der tornar-se-á nele fonte
de água jorrando para
a vida eterna (Jo 4:13-14).
Cristo também disse:
Se alguém tem sede,
venha a Mim e beberá,
aquele que crê em Mim conforme a Palavra da
Escritura:
de seu seio jorrarão
rios de água viva.
Ele falava do Espírito que deviam receber
aqueles que haviam crido Nele (Jo7:37-38).
O Espírito Santo é pensado, por Jesus,
como doador da vida!
Ora, não podemos nos distanciar da óbvia
percepção de Jeremias e Ezequiel 47:1-23.
O exílio, ou, em outras palavras, a sequidão,
era fruto do distanciamento do Deus da vida.
Em geral, insistimos em criar engenharias
(cisternas furadas) que nos distanciam do Deus da vida.
Trata-sede atitudes idolátricas.
A sequidão da ossada de Ezequiel 37 (vale de ossos secos),
o mar sem vida e insalubre de Ezequiel 47
são metáforas que representam a nossa condição de desamparo.
As situações do presente, as circunstâncias contrárias
e as calamitosas tempestades da vida nos colocam
frente a um espelho da alma no qual nos encontramos
com o arquétipo tenebroso de nossa existência:
nossas sombras, aquilo que afetou nossa trajetória
e que desejamos ocultar.
Desveladas, essas sombras expõem
a nossa condição humana.
A declaração paulina:
Miserável homem que
sou,
não seria, afinal, o reconhecimento maduro
de sua condição de pecador?
O ser para os outros não foge de sua natureza;
antes, reconhecendo-a, clama pelo Deus da vida.
E, ao clamar, recebe Dele,
o acalentador conforto de Seu colo.
Deus não é uma ilusão
ou uma projeção
da psique humana, como alguns querem nos fazer crer,
e sim um Ser que, mesmo sendo “totalmente Outro”,
nos abraça incondicionalmente.
Uma das grandes obviedades do Evangelho
é que ele nos faz fecundos.
Quando estamos próximos das torrentes
que oferecem vida, nos transformamos
em fontes de vida.
Nossos frutos se tornam comestíveis e inesgotáveis
e as nossas folhas, além de não murcharem,
servem de remédio.
É inútil negar que todo ser humano, passa por crises.
Qualquer pessoa saudável, emocional e existencialmente,
em algum momento vivencia uma crise de identidade.
Aconteceu com João Batista.
Aprisionado, ele
perguntou:
És tu aquele que há de
vir?
As vezes, sentimos que nossos fundamentos se
desestruturam; que as nossas certezas e respostas
foram desestabilizadas pela dúvida.
Eduardo Rosa Pereira, teólogo e pastor da
Comunidade Presbiteriana da Barra,
diz em um artigo que crise é como ver o chão
fugindo de nossos pés.
Esse mesmo pastor nos lembra
de que os chineses escrevem a palavra crise
com dois ideogramas:
um representando o perigo,
e o outro, a oportunidade.
Na crise de identidade lidamos com o perigo,
e o outro, oportunidade.
Na crise de identidade lidamos com o perigo
de nos perdermos (perdermos a nossa identidade)
ou com a oportunidade de nos reinventarmos,
corrigindo os nossos erros e
superando as nossas limitações.
A igreja cristã hoje, sofre
uma crise de identidade.
O panorama é escuro.
Enfrentamos uma crise,
mas temos nas mãos a oportunidade de nos reinventarmos,
de corrigirmos nossos erros,
de superarmos nossas limitações
e de redefinirmos a nossa identidade.
Entendo que a nossa saída para a nossa crise,
está no resgate de Cristo (Quem vê a Mim vê o Pai).
Cristo precisa estar onde estamos.
Então seremos aquela igreja
contra a qual as
portas do hades não
prevalecerão (Mt 16:18).
Carregamos Cristo quando:
- Encontramo-nos com os entristecidos no caminho de Emaús
(Lc 24:13-17,21)
- Reinterpretamos as Escrituras e a vida a partir de Jesus
(Lc 24:25-27,32)
- Partilhamos o pão na mesa da fraternidade
(Lc 24:28-31)”
(Rainerson Israel)
Bom, amados irmãos, espero que a leitura tenha
sido edificante e tenha acrescentado
algo na sua vida e em seu ministério.
Graça e paz!
Com amor, em Cristo,
Angela.